Francisca Júlia
1871 – 1920 Brasilien
Musa Impassível
II.
Ó Musa, cujo olhar de pedra, que não chora,
Gela o sorriso ao lábio e as lágrimas estanca!
Dá-me que eu vá contigo, em liberdade franca,
Por esse grande espaço onde o impassível mora.
Leva-me longe, ó Musa impassível e branca!
Longe, acima do mundo, imensidade em fora,
Onde, chamas lançando ao cortejo da aurora,
O áureo plaustro do sol nas nuvens solavanca.
Transporta-me de vez, numa ascensão ardente,
À deliciosa paz dos Olímpicos-Lares
Onde os deuses pagãos vivem eternamente,
E onde, num longo olhar, eu possa ver contigo
Passarem, através das brumas seculares,
Os Poetas e os Heróis do grande mundo antigo.
Unbewegte Muse
II.
Nie eine Träne deinen Blick belegte.
Frier ein dies Lächeln, dass man Tränen sehe
nie mehr. Erlaube, dass ich mit dir gehe
zur Freiheit, wo auch lebt das Unbewegte.
Entführ mich! weiße teilnahmslose Muse!
Weit fort sollst du mich dieser Welt entrücken.
Und wirf den Glast des Morgenrots wie Flusen
des goldnen Vliesses über Wolkenrücken.
Einmal noch sollst du mich ins Feuer heben,
zu Laren des Olymps, zur Friedensfeier,
wo all die Heidengötter ewig leben.
Bin ich bei dir, seh'n meine langen Blicke
hindurch, durch die uraltwen Nebelschleier,
die Dichter und der Helden der Antike.
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1871 – 1920 Brasilien
Musa Impassível
II.
Ó Musa, cujo olhar de pedra, que não chora,
Gela o sorriso ao lábio e as lágrimas estanca!
Dá-me que eu vá contigo, em liberdade franca,
Por esse grande espaço onde o impassível mora.
Leva-me longe, ó Musa impassível e branca!
Longe, acima do mundo, imensidade em fora,
Onde, chamas lançando ao cortejo da aurora,
O áureo plaustro do sol nas nuvens solavanca.
Transporta-me de vez, numa ascensão ardente,
À deliciosa paz dos Olímpicos-Lares
Onde os deuses pagãos vivem eternamente,
E onde, num longo olhar, eu possa ver contigo
Passarem, através das brumas seculares,
Os Poetas e os Heróis do grande mundo antigo.
Unbewegte Muse
II.
Nie eine Träne deinen Blick belegte.
Frier ein dies Lächeln, dass man Tränen sehe
nie mehr. Erlaube, dass ich mit dir gehe
zur Freiheit, wo auch lebt das Unbewegte.
Entführ mich! weiße teilnahmslose Muse!
Weit fort sollst du mich dieser Welt entrücken.
Und wirf den Glast des Morgenrots wie Flusen
des goldnen Vliesses über Wolkenrücken.
Einmal noch sollst du mich ins Feuer heben,
zu Laren des Olymps, zur Friedensfeier,
wo all die Heidengötter ewig leben.
Bin ich bei dir, seh'n meine langen Blicke
hindurch, durch die uraltwen Nebelschleier,
die Dichter und der Helden der Antike.
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Der Anspruch ihn auszudrücken, schärft auch den Eindruck.

