Francisca Júlia
1871 – 1920 Brasilien
Musa Impassível
I
Musa! um gesto sequer de dor ou de sincero
Luto jamais te afeie o cândido semblante!
Diante de um Jó, conserva o mesmo orgulho; e diante
De um morto, o mesmo olhar e sobrecenho austero.
Em teus olhos não quero a lágrima; não quero
Em tua boca o suave e idílico descante.
Celebra ora um fantasma anguiforme de Dante,
Ora o vulto marcial de um guerreiro de Homero.
Dá-me o hemistíquio d'ouro, a imagem atrativa;
A rima, cujo som, de uma harmonia crebra,
Cante aos ouvidos d'alma; a estrofe limpa e viva;
Versos que lembrem, com seus bárbaros ruídos,
Ora o áspero rumor de um calhau que se quebra,
Ora o surdo rumor de mármores partidos.
Unbewegte Muse
I.
Muse! Die Gesten keines Schmerz verliern
sich je in deinem Antlitz, noch der Trauer!
Bewahr dir dieses! Und von ewger Dauer
sei der stets gleiche Blick, die gleiche Stirn.
Ich will von dir auch keine Tränen mehr,
kein Kuss und kein Idyll, das altbekannte
feiert mäandernde Ideen von Dante.
Und ehrt mir auch die Krieger von Homer.
Gib mir die goldne Hälfte, gib die reine
Gedankenharmonie: ein Bild, Choral,
ein Reim, die Strophe sauber und vital!
Und Verse, die barbarisch klingen; rollen
wie das Zerbrechen rauher Kieselsteine
oder des Marmorbruches Donnergrollen.
.
1871 – 1920 Brasilien
Musa Impassível
I
Musa! um gesto sequer de dor ou de sincero
Luto jamais te afeie o cândido semblante!
Diante de um Jó, conserva o mesmo orgulho; e diante
De um morto, o mesmo olhar e sobrecenho austero.
Em teus olhos não quero a lágrima; não quero
Em tua boca o suave e idílico descante.
Celebra ora um fantasma anguiforme de Dante,
Ora o vulto marcial de um guerreiro de Homero.
Dá-me o hemistíquio d'ouro, a imagem atrativa;
A rima, cujo som, de uma harmonia crebra,
Cante aos ouvidos d'alma; a estrofe limpa e viva;
Versos que lembrem, com seus bárbaros ruídos,
Ora o áspero rumor de um calhau que se quebra,
Ora o surdo rumor de mármores partidos.
Unbewegte Muse
I.
Muse! Die Gesten keines Schmerz verliern
sich je in deinem Antlitz, noch der Trauer!
Bewahr dir dieses! Und von ewger Dauer
sei der stets gleiche Blick, die gleiche Stirn.
Ich will von dir auch keine Tränen mehr,
kein Kuss und kein Idyll, das altbekannte
feiert mäandernde Ideen von Dante.
Und ehrt mir auch die Krieger von Homer.
Gib mir die goldne Hälfte, gib die reine
Gedankenharmonie: ein Bild, Choral,
ein Reim, die Strophe sauber und vital!
Und Verse, die barbarisch klingen; rollen
wie das Zerbrechen rauher Kieselsteine
oder des Marmorbruches Donnergrollen.
.
Der Anspruch ihn auszudrücken, schärft auch den Eindruck.

