02.09.2023, 01:07
Florbela de Alma da Conceicao Espanca
1894 - 1930 Portugal
ESQUECIMENTO
Esse de quem eu era e que era meu,
Que foi um sonho e foi realidade,
Que me vestiu a alma de saudade,
Para sempre de mim desapareceu.
Tudo em redor então escureceu,
E foi longínqua toda a claridade!
Ceguei...tacteio sombras...que ansiedade!
Apalpo cinzas porque tudo ardeu!
Descem em mim poentes de Novembro...
A sombra dos meus olhos, a escurecer...
Veste de roxo e negro os crisântemos...
E desse que era meu já me não lembro...
Ah! a doce agonia de esquecer
A lembrar doidamente o que esquecemos!...
Vergessen
Der dem ich einst, und der auch mir verbunden
war, dass wir Traum und Wirklichkeit durchwandelt;
mit Sehnsucht hat er meine Seel' ummantelt.
er ist mir nun für alle Zeit verschwunden
und es verdunkelt sich das ganze Land.
Das Licht? War es für immer ausgegangen?
Geblendet spür ich Schatten. - Welch ein Bangen!
Ich fühle Asche. - Alles ist verbrannt!
Die Sonnenuntergänge des November
befallen mich. Der Blick wird schwarz und fahl.
Die Chrysanthemen hüllen sich in Amber
und die Erinnerungen muss ich lassen...
Verrückt ist des Vergessens süße Qual,
und des Erinnerns an... was wir vergaßen!
.
1894 - 1930 Portugal
ESQUECIMENTO
Esse de quem eu era e que era meu,
Que foi um sonho e foi realidade,
Que me vestiu a alma de saudade,
Para sempre de mim desapareceu.
Tudo em redor então escureceu,
E foi longínqua toda a claridade!
Ceguei...tacteio sombras...que ansiedade!
Apalpo cinzas porque tudo ardeu!
Descem em mim poentes de Novembro...
A sombra dos meus olhos, a escurecer...
Veste de roxo e negro os crisântemos...
E desse que era meu já me não lembro...
Ah! a doce agonia de esquecer
A lembrar doidamente o que esquecemos!...
Vergessen
Der dem ich einst, und der auch mir verbunden
war, dass wir Traum und Wirklichkeit durchwandelt;
mit Sehnsucht hat er meine Seel' ummantelt.
er ist mir nun für alle Zeit verschwunden
und es verdunkelt sich das ganze Land.
Das Licht? War es für immer ausgegangen?
Geblendet spür ich Schatten. - Welch ein Bangen!
Ich fühle Asche. - Alles ist verbrannt!
Die Sonnenuntergänge des November
befallen mich. Der Blick wird schwarz und fahl.
Die Chrysanthemen hüllen sich in Amber
und die Erinnerungen muss ich lassen...
Verrückt ist des Vergessens süße Qual,
und des Erinnerns an... was wir vergaßen!
.
Der Anspruch ihn auszudrücken, schärft auch den Eindruck.