20.10.2012, 22:19
FONÓGRAFO
Vai declamando um cômico defunto.
Uma platéia ri, perdidamente,
Do bom jarreta... E há um odor no ambiente.
A cripta e a pó, - do anacrônico assunto.
Muda o registo, eis uma barcarola:
Lírios, lírios, águas do rio, a lua...
Ante o Seu corpo o sonho meu flutua
Sobre um paul, - extática corola.
Muda outra vez: gorjeios, estribilhos
Dum clarim de oiro - o cheiro de junquilhos,
Vívido e agro! - tocando a alvorada...
Cessou. E, amorosa, a alma das cornetas
Quebrou-se agora orvalhada e velada.
Primavera. Manhã. Que eflúvio de violetas!
Vai declamando um cômico defunto.
Uma platéia ri, perdidamente,
Do bom jarreta... E há um odor no ambiente.
A cripta e a pó, - do anacrônico assunto.
Muda o registo, eis uma barcarola:
Lírios, lírios, águas do rio, a lua...
Ante o Seu corpo o sonho meu flutua
Sobre um paul, - extática corola.
Muda outra vez: gorjeios, estribilhos
Dum clarim de oiro - o cheiro de junquilhos,
Vívido e agro! - tocando a alvorada...
Cessou. E, amorosa, a alma das cornetas
Quebrou-se agora orvalhada e velada.
Primavera. Manhã. Que eflúvio de violetas!