20.10.2012, 22:19
MADALENA
...e lhe regou de lágrimas os pés e os enxugou com os cabelos da sua cabeça. Evangelho de S. Lucas.
Ó Madalena, ó cabelos de rastos,
Lírio poluído, branca flor inútil...
Meu coração, velha moeda fútil,
E sem relevo, os caracteres gastos,
De resignar-se torpemente dúctil...
Desespero, nudez de seios castos,
Quem também fosse, ó cabelos de rastos,
Ensangüentado, enxovalhado, inútil,
Dentro do peito, abominável cômico!
Morrer tranqüilo, - o fastio da cama...
Ó redenção do mármore anatômico,
Amargura, nudez de seios castos!...
Sangrar, poluir-se, ir de rastos na lama,
Ó Madalena, ó cabelos de rastos!
...e lhe regou de lágrimas os pés e os enxugou com os cabelos da sua cabeça. Evangelho de S. Lucas.
Ó Madalena, ó cabelos de rastos,
Lírio poluído, branca flor inútil...
Meu coração, velha moeda fútil,
E sem relevo, os caracteres gastos,
De resignar-se torpemente dúctil...
Desespero, nudez de seios castos,
Quem também fosse, ó cabelos de rastos,
Ensangüentado, enxovalhado, inútil,
Dentro do peito, abominável cômico!
Morrer tranqüilo, - o fastio da cama...
Ó redenção do mármore anatômico,
Amargura, nudez de seios castos!...
Sangrar, poluir-se, ir de rastos na lama,
Ó Madalena, ó cabelos de rastos!