20.10.2012, 14:08
A Julia Lyra
O Angelus soa. Vagarosamente
A noite desce, plácida e divina.
Ouço gemer meu coração doente
Chorando a tarde, a noiva peregrina.
Há pelo Espaço um ciciar dolente
De prece em torno da Igrejinha em ruína...
Pássaros voam compassadamente;
Treme no galho a rosa purpurina...
E eu sinto que a tristeza vem suspensa
Sobre as asas da noite erma e sombria...
E que, n'essa hora de saudade imensa,
Rindo e chorando desce ao coração:
Toda a doçura da melancolia,
Todo o conforto da recordação.
O Angelus soa. Vagarosamente
A noite desce, plácida e divina.
Ouço gemer meu coração doente
Chorando a tarde, a noiva peregrina.
Há pelo Espaço um ciciar dolente
De prece em torno da Igrejinha em ruína...
Pássaros voam compassadamente;
Treme no galho a rosa purpurina...
E eu sinto que a tristeza vem suspensa
Sobre as asas da noite erma e sombria...
E que, n'essa hora de saudade imensa,
Rindo e chorando desce ao coração:
Toda a doçura da melancolia,
Todo o conforto da recordação.