18.09.2010, 12:59
Ali, onde o mar quebra, n'um cachão
Rugidor e monotono, e os ventos
Erguem pelo areal os seus lamentos,
Ali se ha-de enterrar meu coração.
Queimem-no os sóes da adusta solidão
Na fornalha do estio, em dias lentos;
Depois, no inverno, os sopros violentos
Lhe revolvam em torno o arido chão...
Até que se desfaça e, já tornado
Em impalpavel pó, seja levado
Nos turbilhões que o vento levantar...
Com suas luctas, seu cançado anceio,
Seu louco amor, dissolva-se no seio
D'esse infecundo, d'esse amargo mar!
Rugidor e monotono, e os ventos
Erguem pelo areal os seus lamentos,
Ali se ha-de enterrar meu coração.
Queimem-no os sóes da adusta solidão
Na fornalha do estio, em dias lentos;
Depois, no inverno, os sopros violentos
Lhe revolvam em torno o arido chão...
Até que se desfaça e, já tornado
Em impalpavel pó, seja levado
Nos turbilhões que o vento levantar...
Com suas luctas, seu cançado anceio,
Seu louco amor, dissolva-se no seio
D'esse infecundo, d'esse amargo mar!