13.05.2010, 16:37
Reminiscência
Um dia a vi, nas lamas da miséria,
Como entre pântanos um branco lírio,
Velada a fronte em palidez funérea,
O frio véu das noivas do martírio!
Pedia esmola — pequena e séria —
Os seios, pastos de eternal delírio,
Cobertos eram de uma cor cinérea —
Seus olhos tinham o brilhar do círio.
Tempos depois n’um carro — audaz, brilhante,
Uma mulher eu vi — febril, galante...
Lancei-lhe o olhar e... maldição! tremi...
Ria-se — cínica, servil... faceira?
O carro n’uma nuvem de poeira
Se arremessou... e eu nunca mais a vi!
Um dia a vi, nas lamas da miséria,
Como entre pântanos um branco lírio,
Velada a fronte em palidez funérea,
O frio véu das noivas do martírio!
Pedia esmola — pequena e séria —
Os seios, pastos de eternal delírio,
Cobertos eram de uma cor cinérea —
Seus olhos tinham o brilhar do círio.
Tempos depois n’um carro — audaz, brilhante,
Uma mulher eu vi — febril, galante...
Lancei-lhe o olhar e... maldição! tremi...
Ria-se — cínica, servil... faceira?
O carro n’uma nuvem de poeira
Se arremessou... e eu nunca mais a vi!