13.05.2010, 08:48
ILUSÕES MORTAS
A Virgílio Várzea
Os meus amores vão-se mar em fora,
E vão-se mar em fora os meus amores,
A murchar, a murchar, como essas flores
Sem mais orvalho e a doce luz da aurora.
E os meus amores não virão agora,
Não baterão as asas multicores,
Como as aves mansas -- dentre os esplendores
Do meu prazer, do meu prazer de outrora.
Tudo emigrou, rasgando a esfera branca
Das ilusões, -- tudo em revoada franca
Partiu -- deixando um bem-estar saudoso
No fundo ideal de toda a minha vida,
Qual numa taça a gota indefinida
De um bom licor antigo e saboroso.
A Virgílio Várzea
Os meus amores vão-se mar em fora,
E vão-se mar em fora os meus amores,
A murchar, a murchar, como essas flores
Sem mais orvalho e a doce luz da aurora.
E os meus amores não virão agora,
Não baterão as asas multicores,
Como as aves mansas -- dentre os esplendores
Do meu prazer, do meu prazer de outrora.
Tudo emigrou, rasgando a esfera branca
Das ilusões, -- tudo em revoada franca
Partiu -- deixando um bem-estar saudoso
No fundo ideal de toda a minha vida,
Qual numa taça a gota indefinida
De um bom licor antigo e saboroso.