08.05.2010, 15:04
Doces lembranças da passada glória,
que me tirou Fortuna roubadora,
deixai me repousar em paz ü'hora,
que comigo ganhais pouca vitória.
Impressa tenho n'alma larga história
deste passado bem que nunca fora;
ou fora, e não passara; mas já agora
em mim não pode haver mais que a memória.
Vivo em lembranças, mouro d'esquecido,
de quem sempre devera ser lembrado,
se lhe lembrara estado tão contente.
Oh! quem tornar pudera a ser nascido!
Soubera me lograr do bem passado,
se conhecer soubera o mal presente.
que me tirou Fortuna roubadora,
deixai me repousar em paz ü'hora,
que comigo ganhais pouca vitória.
Impressa tenho n'alma larga história
deste passado bem que nunca fora;
ou fora, e não passara; mas já agora
em mim não pode haver mais que a memória.
Vivo em lembranças, mouro d'esquecido,
de quem sempre devera ser lembrado,
se lhe lembrara estado tão contente.
Oh! quem tornar pudera a ser nascido!
Soubera me lograr do bem passado,
se conhecer soubera o mal presente.