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Florbela Espanca: Deixai entrar a morte - ZaunköniG - 01.04.2025 Florbela de Alma da Conceicao Espanca 1894 - 1930 Portugal DEIXAI ENTRAR A MORTE Deixai entrar a Morte, a Iluminada, A que vem pra mim, pra me levar. Abri todas as portas par em par Como asas a bater em revoada. Quem sou eu neste mundo?A deserdada, A que prendeu nas mãos todo o luar, A vida inteira, o sonho, a terra, o mar, E que, ao abri-las, não encontrou nada! Ó Mãe! Ó minha Mãe, pra que nasceste? Entre agonias e em dores tamanhas Pra que foi, dize lá, que me trouxeste Pra que eu tivesse sido Somente o fruto amargo das entranhas Dum lírio que em má hora foi nascido!... Den Tod lasst ein Den Tod lasst ein. Er ist gerecht und klug. Er komme zu mir um mich zu entführen. Paarweise öffne ich ihm meine Türen, wie Flügel sich entfalten vor dem Flug. Wer bin ich? Meine Hände voll des Lichts des Mondes, voller Leben, voller Land und Meer... Doch als ich öffnete die Hand, da fand ich auf der blanken Fläche nichts! Oh, Mutter, sag, warum du mich gebarst in Agonie und unermessnem Leide. Was gabst du mir? Und sag, was du mir warst. was bin ich denn gewesen? Doch im Grunde nur deine bittre Frucht der Eingeweide, ein Lilienspross, gekeimt zur falschen Stunde. . |