Redenção - Druckversion +- Sonett-Forum (https://sonett-archiv.com/forum) +-- Forum: Sonett-Archiv (https://sonett-archiv.com/forum/forumdisplay.php?fid=126) +--- Forum: Sonette aus romanischen Sprachen (https://sonett-archiv.com/forum/forumdisplay.php?fid=857) +---- Forum: Portugiesische Sonette (https://sonett-archiv.com/forum/forumdisplay.php?fid=823) +----- Forum: Antero de Quental (https://sonett-archiv.com/forum/forumdisplay.php?fid=1152) +----- Thema: Redenção (/showthread.php?tid=19313) |
Redenção - ZaunköniG - 18.09.2010 (Á Ex.^{ma} Snr.^a D. Celeste C. B. R.) I Vozes do mar, das arvores, do vento! Quando ás vezes, n'um sonho doloroso, Me embala o vosso canto poderoso, Eu julgo igual ao meu vosso tormento... Verbo crepuscular e intimo alento Das cousas mudas; psalmo mysterioso; Não serás tu, queixume vaporoso, O suspiro do mundo e o seu lamento? Um espirito habita a immensidade: Uma ancia cruel de liberdade Agita e abala as formas fugitivas. E eu comprehendo a vossa lingua estranha, Vozes do mar, da selva, da montanha... Almas irmans da minha, almas captivas! II Não choreis, ventos, arvores e mares, Côro antigo de vozes rumorosas, Das vozes primitivas, dolorosas Como um pranto de larvas tumulares... Da sombra das visões crepusculares Rompendo, um dia, surgireis radiosas D'esse sonho e essas ancias affrontosas, Que exprimem vossas queixas singulares... Almas no limbo ainda da existencia, Accordareis um dia na Consciencia, E pairando, já puro pensamento, Vereis as Formas, filhas da Ilusão, Cahir desfeitas, como um sonho vão... E acabará por fim vosso tormento. |