Tese e Antítese (2) - Druckversion +- Sonett-Forum (https://sonett-archiv.com/forum) +-- Forum: Sonett-Archiv (https://sonett-archiv.com/forum/forumdisplay.php?fid=126) +--- Forum: Sonette aus romanischen Sprachen (https://sonett-archiv.com/forum/forumdisplay.php?fid=857) +---- Forum: Portugiesische Sonette (https://sonett-archiv.com/forum/forumdisplay.php?fid=823) +----- Forum: Antero de Quental (https://sonett-archiv.com/forum/forumdisplay.php?fid=1152) +----- Thema: Tese e Antítese (2) (/showthread.php?tid=19282) |
Tese e Antítese (2) - ZaunköniG - 18.09.2010 I Já não sei o que vale a nova idea, Quando a vejo nas ruas desgrenhada, Torva no aspecto, á luz da barricada, Como bacchante após lubrica ceia... Sanguinolento o olhar se lhe incendeia; Respira fumo e fogo embriagada: A deusa de alma vasta e socegada Ei-la presa das furias de Medea! Um seculo irritado e truculento Chama á epilepsia pensamento, Verbo ao estampido de pelouro e obuz... Mas a idea é n'um mundo inalteravel, N'um crystalino céo, que vive estavel... Tu, pensamento, não és fogo, és luz! II N'um céo intemerato e crystalino Póde habitar talvez um Deus distante, Vendo passar em sonho cambiante O Ser, como espectaculo divino. Mas o homem, na terra onde o destino O lançou, vive e agita-se incessante: Enche o ar da terra o seu pulmão possante... Cá da terra blasphema ou ergue um hymno... A idea encarna em peitos que palpitam: O seu pulsar são chamas que crepitam, Paixões ardentes como vivos soes! Combatei pois na terra arida e bruta, Té que a revolva o remoinhar da lucta, Té que a fecunde o sangue dos heroes! |