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A M. C. (Porque descrês, mulher, do amor, da vida?) - ZaunköniG - 18.09.2010 A M. C. Porque descrês, mulher, do amor, da vida? Porque esse Hermon transformas em Calvario? Porque deixas que, aos poucos, do sudario Te aperte o seio a dobra humedecida? Que visão te fugio, que assim perdida Buscas em vão n'este ermo solitario? Que signo obscuro de cruel fadario Te faz trazer a fronte ao chão pendida? Nenhum! intacto o bem em ti assiste: Deus, em penhor, te deu a formosura; Bençãos te manda o céo em cada hora. E descrês do viver?... E eu, pobre e triste, Que só no teu olhar leio a ventura, Se tu descrês, em que hei-de eu crer agora? |