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PANTEÍSMO - ZaunköniG - 09.05.2010 PANTEÍSMO Ao Boto de Carvalho Tarde de brasa a arder, sol de Verão Cingindo, voluptuoso, o horizonte... Sinto-me luz e cor, ritmo e clarão De um verso triunfal de Anacreonte! Vejo-me asa no ar, erva no chão, Oiço-me gota de água a rir, na fonte, E a curva altiva e dura do Marão É o meu corpo transformado em monte! E de bruços na terra penso e cismo Que, neste meu ardente panteísmo, Nos meus sentidos postos, absortos Nas coisas luminosas deste mundo, A minha alma é o túmulo profundo Onde dormem, sorrindo, os deuses mortos! |