09.05.2010, 00:46
Sempre, cruel Senhora, receei,
medindo vossa grã desconfiança,
que desse em desamor vossa tardança,
e que me perdesse eu, pois vos amei.
Perca-se, enfim, já tudo o que esperei,
pois noutro amor já tendes esperança.
Tão patente será vossa mudança,
quanto eu encobri sempre o que vos dei.
Dei-vos a alma, a vida e o sentido;
de tudo o que em mim há vos fiz s
enhora. Prometeis e negais o mesmo Amor.
Agora tal estou que, de perdido,
não sei por onde vou, mas algü'hora
vos dará tal lembrança grande dor.
medindo vossa grã desconfiança,
que desse em desamor vossa tardança,
e que me perdesse eu, pois vos amei.
Perca-se, enfim, já tudo o que esperei,
pois noutro amor já tendes esperança.
Tão patente será vossa mudança,
quanto eu encobri sempre o que vos dei.
Dei-vos a alma, a vida e o sentido;
de tudo o que em mim há vos fiz s
enhora. Prometeis e negais o mesmo Amor.
Agora tal estou que, de perdido,
não sei por onde vou, mas algü'hora
vos dará tal lembrança grande dor.